Envelhecer com sabedoria

Nos últimos anos tem-se observado um aumento significativo da expectativa de vida da população em geral.
Existe uma tendência errônea das pessoas se preocuparem com o envelhecimento somente quando já estão vivenciando este processo.
É preciso que nos preparemos para esse momento de vida.

Muitos perguntam: o que será que acontece que há pessoas que ficam idosas de maneira saudável e outras não?
Quem durante toda a vida não conseguiu conviver bem consigo próprio, como irá consegui-lo na velhice? A história de vida da pessoa é fundamental para a qualidade de vida na velhice. Muitas pessoas não gostam de sua atividade profissional. Infelizmente para muitos o trabalho é fonte de angústia e insatisfação e não prazer, e esperam a vida toda pelo momento da aposentadoria imaginando que aí poderão ser felizes. A questão é que muitos não aprenderam a serem felizes ao longo da vida, a viver cada momento, a desfrutar dos encantos de cada fase da vida.

Um dia esse momento que foi tão esperado chega, e tais pessoas se surpreendem-se ao constatar que nada do que haviam imaginado acontece. A sensação de vazio costuma ser muito grande.
A aposentadoria, particularmente para alguns homens, traz um enorme mal, não somente pela queda dos rendimentos e consequentemente do padrão de vida, mas pelo fato do indivíduo não se sentir mais útil. Neste aspecto, muitas mulheres levam vantagem pois, nesse momento de vida, conduzem de maneira diferente desses homens, envolvendo-se com os cuidados da casa, dos filhos, dos netos, dedicando-se ao aprendizado de um artesanato, ou atividade física etc…. algo que lhes dê sentido ao novo estilo de vida. A questão portanto, não reside na aposentadoria em si, e sim na inatividade e a sensação de inutilidade. Existe uma sábia frase popular: “A vida é como andar de bicicleta, quem para cai”.

As viagens, prática de esportes e lazer, são atividades muito importantes, por isso recomendáveis, porém não eliminam a sensação de vazio e inutilidade. Portanto, é importante que o indivíduo permaneça ativo e ligado ao mundo e o que acontece ao seu redor.

Não desligar-se do mundo e da vida, preservar uma atividade profissional, por menor que seja, mesmo que em tempo parcial, ajuda a melhorar a autoestima da pessoa e a evitar a depressão causada pela aposentadoria.

É preciso continuar acreditando, sonhando e portanto, vivendo. É imprescindível algum tipo de meta, de objetivo que dê sentido à vida. Manter acessa a busca e o desejo, não perder o prazer de viver. Uma pessoa nunca pode parar de aprender, e se estiver aberto, perceberá que sempre há coisas novas para aprender, nunca é tarde!
As pessoas que vivem bem, não perderam o prazer de viver bem e sempre encontram motivos para festejar a vida.

Amadurecer significa estar em paz consigo mesmo.

Quando observamos os bebês de uma mesma idade, poucas diferenças significativas são identificadas. Com relação as pessoas idosas o mesmo, não acontece. Muitas diferenças são detectadas com pessoas da mesma idade. O processo de envelhecimento pode ser vivenciado dentro de uma gama de possibilidades que são determinadas pelas escolhas feitas pelo sujeito ao longo da vida. Claro que, a constituição genética de cada um influencia, mas o estilo de vida adotado, tipo de personalidade, presença ou ausência de parceiro amoroso, vida sexual, atividade laborativa e/ou intelectual, prática de exercícios físicos, alimentação, todos esses fatores, entre outros, geram um perfil diferenciado de envelhecimento.

Sendo o envelhecimento um processo inevitável é interessante que se adote uma atitude mais saudável e menos imediatista no sentido de otimizar esse processo, permitindo o desenvolvimento inclusive durante a terceira idade.
É bem verdade que o idoso convive com limitações da própria idade, as quais podem prejudicar sua independência e autonomia para desenvolver determinadas atividades. Mas, é preciso que ele seja estimulado a, inicialmente, organizar seu tempo fazendo projetos de vida com criatividade, energia e iniciativa isto é, dando significados a vida para que esta não caia no vazio.

O envelhecimento bem-sucedido não é um privilégio ou sorte, mas um objetivo a ser alcançado por quem planeja e trabalha para isso, sabendo lidar com as mudanças que efetivamente acompanham o envelhecer.

Além da maneira como o idoso lida com as mudanças ocorridas nessa fase da vida, a qualidade de vida envolve também seus hábitos de vida e isso inclui as atividades de lazer. Além disso, falar de qualidade de vida é considerar também as emoções e suas repercussões para a saúde.

A saúde e a qualidade de vida, não vem gratuitamente, é algo a ser conquistado, e isto envolve esforço e investimento para mantê-la.

Uma questão atual é: o que podemos fazer para aumentar nossa expectativa de vida, livre de incapacidades e vivendo de forma plena? Os que não se preparam, possivelmente, ocupar-se-ão de lidar com as limitações advindas de uma série de descuidos somados no decorrer da vida.

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