Tenho DEPRESSÃO, recebi uma oração e tenho certeza de que estou curado; posso parar de tomar a medicação?

Às vezes, as pessoas sentem uma melhora dos sintomas e interrompem a medicação recomendada pelo médico repentinamente. Ocorre que vários medicamentos para a depressão só podem ser suspendidos gradualmente para que não haja sintomas de abstinência.

A chamada “Síndrome de abstinência”  é um conjunto característico de sinais e sintomas que ocorrem após a interrupção (ou, em alguns casos, a diminuição) do consumo de um determinado produto, seja ele um medicamento ou uma droga.

 A abstinência de antidepressivos pode se iniciar de 24 a 72 horas depois da interrupção do medicamento e provoca os seguintes sintomas:

  • Psiquiátricos: ansiedade, insônia, irritabilidade, explosões de choro, distúrbios de humor e sonhos vívidos;
  • Neurológicos e motores: tonturas, vertigens, sensação de cabeça vazia, cefaleia, falta de coordenação motora, alterações de sensibilidade da pele e tremores;
  • Gastrintestinais: náuseas, vômitos e alterações do hábito intestinal;
  • Somáticos: calafrios, fadiga, letargia, dores musculares e congestão nasal.

Duas a três semanas depois de instalados os sintomas da abstinência, poderá ocorrer um fenômeno conhecido como “rebote”: o reaparecimento dos sintomas psiquiátricos que levaram à indicação do medicamento.

Portanto, NÃO INTERROMPA  BRUSCAMENTE  os medicamentos sem o conhecimento do seu médico. Converse abertamente com o profissional que está te atendendo. Diga-lhe que gostaria de parar de usar os antidepressivos. A critério médico, as doses diárias do medicamento podem ser diminuídas gradativamente, até que a interrupção completa possa ser realizada com segurança. As chances de um tratamento dar certo são maiores quando a relação é de confiança. Se não confiar no médico que lhe prescreveu a medicação, vale a pena ouvir a opinião de outro psiquiatra. A confiança faz toda a diferença nos resultados de um tratamento!

Uma das características da depressão é a recorrência. Por isso, muitas vezes o médico pode optar por manter a medicação por um tempo um pouco maior mesmo após a melhora dos sintomas para evitar que haja recaída. Continuar usando a medicação não significa que você não tenha fé, mas sim que você está se cuidando para que não haja recaída. A recaída não ocorre por fraqueza ou por falta de fé, ela é uma característica da doença.

Em pacientes com recaídas múltiplas ou portadores do transtorno bipolar, o tratamento pode estar indicado para ser mantido pelo resto da vida.

Devemos usar todas as armas que estiverem ao nosso alcance. Se precisamos de medicação, devemos usá-la pelo tempo que for necessário. Por outro lado, estudos mostram que a espiritualidade de um indivíduo pode colaborar e muito no tratamento das doenças. De onde se conclui que fazer um tratamento adequado, tendo fé, faz toda a diferença!

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